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Metadados
Autoria
Ana Paula Meneses Alves
Título
Competência Informacional e o uso ético da informação na produção científica:
Subtítulo
o papel do bibliotecário na produção intelectual no ambiente acadêmico
Resumo
Contexto: Na realidade brasileira atual, tem ficado a cargo das universidades sanar ou reduzir as deficiências dos níveis de ensino fundamental e médio, o desconhecimento do uso ético da informação e a questão do plágio acadêmico. Diante desses problemas no cenário acadêmico brasileiro, é evidente a importância do desenvolvimento da Competência Informacional, em especial, sua dimensão ética. Este trabalho se propõe a verificar o engajamento do bibliotecário para enfrentar os problemas da falta de conhecimentos sobre uso ético da informação e do plágio acadêmico, por meio de ações que promovam o desenvolvimento da dimensão ética da Competência Informacional, com foco no uso ético da informação, propiciando aos usuários e aos próprios bibliotecários, um olhar mais crítico sobre a questão. Objetivos: O objetivo geral foi verificar como os bibliotecários e suas unidades de informação, em dez universidades brasileiras melhor classificadas no Ranking Universitário Folha (RUF), têm preparado as suas respectivas comunidades para o uso ético da informação e para o combate ao plágio no ambiente acadêmico, sob a ótica da Competência Informacional. Pretendia-se, assim, determinar se os bibliotecários das instituições selecionadas estão preparados para atuar em ações específicas de Competência Informacional, em particular aquelas relacionadas à sua dimensão ética; identificar quais ações têm sido desenvolvidas pelas bibliotecas selecionadas; levantar subsídios, que possam direcionar as iniciativas para programas/ações de Competência Informacional, empreendidas pelas bibliotecas e, por fim, caracterizar e comparar quais as dimensões da Competência Informacional são aplicadas pelos bibliotecários universitários em sua atuação. Métodos: Trata-se de uma pesquisa quanti-qualitativa, descritiva e exploratória. O universo foi composto pelas universidades brasileiras e a amostra são constituídos pelos sistemas de bibliotecas das 10 universidades brasileiras melhor classificadas no RUF (USP, UFMG, UFRJ, UFRGS, Unicamp, Unesp, UnB, UFSC, UFPR e UFSCar). A população é constituída por bibliotecários dessas instituições. Realizamos uma revisão da literatura e utilizamos três técnicas de coleta: 1) um formulário de coleta de informações dos sites das bibliotecas; 2) um questionário para os bibliotecários, com o objetivo de determinar percepções, conhecimentos, habilidades e atitudes em relação à Competência Informacional e sua dimensão ética; 3) um questionário para dirigentes dos sistemas de biblioteca para verificar, a partir do ponto de vista do gestor, ações específicas relacionadas à dimensão ética realizadas pela rede de bibliotecas e pela instituição em geral. Resultados: Por meio das informações divulgadas nas páginas das bibliotecas e das respostas dos informantes, foi possível observar que a maioria das ações de Competência Informacional é incipiente e atendem aos níveis iniciais de formação de usuários, com especial atenção para o desenvolvimento de competências vinculadas à busca e à localização da informação, ou seja, relacionadas às técnicas de pesquisa, de recuperação e de análise da informação. Aspectos, como o reconhecimento e a definição da necessidade informacional, as habilidades para identificar, organizar e sintetizar informações e as questões econômicas, legais e sociais que cercam o uso, o acesso e a comunicação de informações, não são plenamente contemplados, isto é, são propostas solitárias, muitas vezes desconhecidas dentro da própria instituição. Dentre os informantes, a maioria dos profissionais não se sente apto a lidar com o tema. No entanto, muitos estão se preparando para atender essa nova demanda por meio de uma educação continuada do profissional. A preparação efetivamente realizada, pela maioria das bibliotecas avaliadas, observa a formação de usuários, visa orientar o uso da biblioteca, das formas de normalização acadêmica e de bases de dados, a disponibilidade de um programa de detecção de plágio, além das sanções penais sobre desagravo as leis de direitos autorais e a realização de plágio acadêmico. Para o combate ao plágio, o foco dado pelas melhores bibliotecas brasileiras consiste na divulgação de medidas diagnósticas (como o uso de software de detecção de plágio) e medidas corretivas (penalização, advertência, suspensão, expulsão e criminalização). Com relação aos subsídios que possam direcionar as novas iniciativas para programas/ações de Competência Informacional com foco no uso ético da informação, o primeiro deles é de desenvolver, no profissional, habilidades que o capacitem para realizar estas proposições como as habilidades de ensino, liderança, integração, design instrucional, planejamento, ética e política. O segundo também trata da preparação e/ou educação continuada do profissional e tem como objetivo discutir o aprimoramento dos aspectos éticos nas atividades informativas e no uso ético da informação. O terceiro consiste no posicionamento mais efetivo contra os impedimentos que inviabilizam as novas ações, como o excesso de atividades da rotina da biblioteca, o pouco conhecimento sobre o tema, a falta de funcionários, a dificuldade de diálogo com a instituição e com as chefias das bibliotecas, a dificuldade de motivação da equipe e a falta de recursos financeiros, são os pontos principais que devem ser trabalhados pelas instituições, pelos dirigentes e pelos próprios bibliotecários com o intuito de abrir espaço a novas atividades que abordem a temática estudada. Com relação a caracterizar e comparar as dimensões de Competência Informacional aplicadas pelos bibliotecários universitários em sua atuação, as informações encontradas nos sites das bibliotecas apontam para a dimensão técnica da Competência Informacional, enquanto que as respostas dos questionários indicam que a dimensão ética foi considerada a mais importante pelos bibliotecários, seguida pela dimensão técnica, política e estética. Conclusões: Em suma, os profissionais demonstraram que realmente compreendem e reconhecem a importância do seu papel e da biblioteca com relação às questões éticas, sob a ótica da Competência Informacional, mas o domínio dos bibliotecários sobre esses temas ainda é basilar e os profissionais apresentam dificuldades para realizarem as suas atividades de maneira adequada. Suas ações práticas ainda são marcadas pela insegurança da falta de domínio teórico e da falta de interação com o corpo docente. Mesmo nas melhores universidades brasileiras, as ações realizadas são orientações básicas, não focam efetivamente o desenvolvimento da Competência Informacional, nem no uso ético da informação e muito menos o combate ao plágio acadêmico. Os bibliotecários não se sentem completamente preparados para lidar com as questões e cobram um apoio mais contundente da instituição, dos dirigentes de sistemas de bibliotecas, dos docentes e dos outros colegas. Desse modo, ainda há muito a se fazer, principalmente no que diz respeito à formação do bibliotecário. O cenário identificado por nosso estudo está longe da perfeição, mas contamos que os aspectos apresentados e discutidos oferecem subsídios teórico-práticos para o planejamento de ações, tanto para as comunidades universitárias quanto aquelas destinadas à educação continuada dos bibliotecários, com vistas a fortalecer as bibliotecas universitárias brasileiras e as suas comunidades.
Palavras-chave
Competência Informacional | Uso ético da informação | Plágio acadêmico
Número de folhas
287
Ano de depósito
25 de julho de 2016
Tipo do trabalho
Tese
Grau
Doutorado
Curso
Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Faculdade de Filosofia e Ciências /
Programa de Doutorado em Ciências Sociais.
Vinculação acadêmica
Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP) / Facultad de Comunicación y Documentación, Universidad de Granada
Local
Marília – SP / Granada – Espanha
Como citar
ALVES, Ana Paula Meneses. 𝗖𝗼𝗺𝗽𝗲𝘁𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗜𝗻𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗲 𝗼 𝘂𝘀𝗼 𝗲́𝘁𝗶𝗰𝗼 𝗱𝗮 𝗶𝗻𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗻𝗮 𝗽𝗿𝗼𝗱𝘂𝗰̧𝗮̃𝗼 𝗰𝗶𝗲𝗻𝘁𝗶́𝗳𝗶𝗰𝗮: o papel do bibliotecário na produção intelectual no ambiente acadêmico. 2016. 287 f. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Marília : Facultad de Comunicación y Documentación, Universidad de Granada, Granada, 2016. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/143419
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